sábado, 14 de agosto de 2010

Eita demora.... Vinícius para voltar em grande estilo

Povo querido, demorei, mas voltei...
Tantas coisas a comentar nesses dias e tão pouco tempo para isso. O tempo está passando acelerado esse ano, e eu tô perdido, hehehehe... Tantas coisas pra fazer, tantas bocas a alimentar (menitra, só a minha mesmo), mas, felizmente, lembrei que tenho um blog e que é bom atualizá-lo.
Nem sei se prometo de novo atualizá-lo mais, mas que pelo menos vou tentar, vou. Hoje, vou partilhar alguns poeminhas do Vinícius com vocês. É impressionante como esse caboclo, o "negro mais branco do Brasil", conseguia colocar, no papel, aquilo que temos dentro de nossas cabeças. O amor que gera, ao mesmo tempo, alegrias e tristezas, mas tristezas que são compensadas pelo tempo em que estamos amando. Cheio de artimanhas esse rapazinho!
Amar independente do próprio amor, amar simplesmente pelo fato de ter o coração ocupado! Que bonito isso, hehehehe... Melodramático, eu? De maneira nenhuma. Queria mesmo era ter um tico da visão amorosa que ele tinha. Queria era poder dizer o que ele disse, sem que houvesse qualquer coisa a me impedir. Pois bem, hoje, volto com Vinícius, o poetinha, o poeta do amor maior...


Soneto da Separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Moraes)


Soneto do Amor como um Rio


Este infinito amor que um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo,
Eu já não cria que existisse mais.

Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.


Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo

E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.

(Vinicius de Moraes)

Um comentário: