domingo, 23 de maio de 2010

Poesia Palaciana - Humanismo - Primeiro Ano

Pois então. Durante nossas aulas de Literatura do Primeiro Ano, vimos que o período Humanista, de origem portuguesa, é um período de transição entre o Trovadorismo e o Renascimento. Como todo período de transição, guardam-se características dos dois períodos, no caso, do Trovadorismo, com sua Coyta Amorosa e do Renascimento, com o pensamento centrado no homem.
Coloco para vocês, dois exemplos da Poesia Palaciana, que fez parte do Humanismo e que é marcante, principalmente, pela modificação estética, pois poesia e música finalmente separam-se:

Esparsa

Cerra a serpente os ouvidos
à voz do encantador;
eu nam, e agora com dor
quero perder meus sentidos.
Os que mais sabem do mar
fogem d' ouvir as sereas;
eu não me soube guardar:
fui-vos ouvir nomear,
fiz minh' alma e vida alheas.

(Dr. Francisco de Sá de Miranda. In: Rodrigues Lapa. As melhores poesias do Cancioneiro de Resende. São Paulo: Gráfica Lisbonense, 1939. p.20.)

Para mim tanto me monta
ser presente com’ ausente;
tudo vem a ũa conta,
porém mal por quem o sente!

Esta conta tenho feita,
e fizeram-ma fazer
com saber
que nada nam aproveita.
Assi que tanto me monta
ser presente com’ ausente:
tudo vem a ũa conta,
porém mal por quem no sente!

(Simão da Silveira. In: Rodrigues Lapa. As melhores poesias do Cancioneiro de Resende. São Paulo: Gráfica Lisbonense, 1939. p. 27.)

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